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domingo, 12 de julho de 2015

Alfinim

Massa de açúcar seca, muito alva, vendida em forma de flores, animais, sapatos, cachimbos, peixes, etc.

Do árabe al-fenie valendo alvo, branco.

Os árabes trouxeram-no para a Península Ibérica, onde se divulgou.

- "Oh meu rosto de alfeni!" diz Gil Vicente no Velho da Horta; "Minha ama he tudo alfeni," canta

Antônio Prestes no Auto do Desembargador.

Sinônimo de delicado, melindroso, grã-fino, afeminado.

Muito antes do século XVI o alfenim era tradicional. Acompanhava, numa salva de prata, a festa do Espírito Santo, na antiga nobreza portuguesa.

ei Gaspar Frutuoso (Saudades da Terra) conta que um donatário da ilha da Madeira enviou a Roma um seu fidalgo para "visitar o Papa com hum grande serviço, indo o Sacro Palacio todo feito de açúcar, e os Cardeais de alfenim, da estatura de um homem."

Em Portugal o alfenim foi doce de abadessados, subido à aristocracia do paladar, aparecendo nas festas das "grades" e sendo oferecido nos tabuleiros de xarão aos príncipes e ministros. É também doces de romarias, inseparáveis dos arraiais.

No Brasil é gulodice democrátrica, exposto ao público em dia de festas religiosas e vendido nas ruas, em todas as cidades do litoral e do interior, no Nordeste. As flores e as figurinhas que enfeitavam os complicados bolos-de-noiva e outros com pretensões artísticas eram feitas em ponto de alfenim.
 
 
 
 
 
 
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Ingredientes:

½ kg de açúcar refinado;
1 ½ xícara de água
20 gotas de sumo de limão;
Polvilho doce (goma);
1 tesourinha de bico virado (utensílio);
 

 

 
 

Modo de preparo:

1.    Numa panela pequena junte o açúcar, a água, e as gotas de sumo de limão. Misture bem e leve ao fogo forte. Não mexa mais para não açucarar.
 
2.    Numa assadeira espalhe uma boa quantidade de polvilho.
 
3.    Numa panela grande ponha água e bastante gelo.
 
4.    A calda que está no fogo irá formar uma espuma que subirá até o alto da panela e depois descerá, suavizando a fervura, tornando-se ligeiramente amarelada.
 
5.    Com uma colher de sopa, inclinada, tire um pouco da calda e deite na água gelada para testar o ponto. Pegue a calda com a mão e amasse. O fio formado deverá “triscar”, ficará quebradiço, estalando quando partido. Isso ocorrerá uns 25 minutos depois de iniciada a fervura da calda que em Goiânia é chamada de melado.
 
6.    Para esfriar mais rapidamente, divida a calda por 4 vasilhas ou panelas pequenas e deixe descansar uns 25 minutos, até esfriar e secar. Leve novamente ao fogo apenas para se tornar maleável.
 
7.   Tire a calda de uma das vasilhas e comece a trabalhar puxando a massa com as duas mãos, puxando aquela massa elástica, tornando a juntá-la, afastando novamente, até ficar branca e ainda maleável. Como se estivesse puxando uma massa de bala de coco.
 
8.    Divida em bolinhas do tamanho de uma noz, deposite as bolinhas sobre a assadeira polvilhada. Comece então a formar as figuras desejadas, recorrendo à tesourinha para ajudar a “esculpir”. Se a massa endurecer demais, umedeça ligeiramente os dedos para que amacie um pouco. Cada vez que apanhar uma nova bolinha, puxe-a novamente até que volte a ficar firme e maleável.
 
 
9.    Vá polvilhando as mãos e os dedos à medida que forem ficando melados e difíceis de trabalhar. As caldas que ficam nas outras vasilhas ficam frias e firmes. Junte ½ colher (sopa) de água e leve ao fogo por uns 15 segundos apenas para que se torne maleável.
 
10. Para pintar os bichinhos use corante alimentício para bolo dissolvido em água adoçada com açúcar cristal para ficar mais firme e não escorrer. Como pincel, utilize um palito.
 
11. Leve ao sol da manhã para secarem por 2 horas.

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